Por Vivyane Caldeira
No dia 16 de julho, foi ao ar a nona live do projeto Em Tempos Inéditos. O debate online também fez parte do Festival de Conhecimento da UFRJ, em comemoração aos 100 anos da universidade. Foi transmitido pelas páginas da Extensão UFRJ e Portal UFRJ, além das páginas do Complexo de Formação de Professores no Facebook e Youtube.
As convidadas foram Celeia Machado, professora aposentada do Colégio de Aplicação (CAp) da UFRJ, e Ana de Medeiros Arnt, professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que conversaram sobre o tema Escola Pública: uma articulação necessária entre Ciência, Arte e Cultura.
Escola é produtora de arte
Questionada sobre a abordagem pedagógica da ciência e a pluralidade da escola pública, a professora Ana reafirmou a necessidade de olhar para a diversidade e reconhecer a escola como um “campo vivo de cultura”.
Ela acrescentou que a forma de tratar os estudos científicos se dá em um embate, visto que muitas vezes o professor sabe que oferece conteúdos que não dialogam com a vida do aluno.
Já Celeia criticou a visão de escola apenas como receptora e valorizou-a como produtora de arte e cultura. Ela afirmou que existe uma produção artística constante em sala de aula no coletivo professor-estudante.
“Os jovens, as crianças, eles têm a sua arte, a sua própria forma de expressão, a sua produção”, disse Celeia.
Ana Medeiros falou ainda sobre o projeto de divulgação científica Blogs de Ciência da Unicamp, do qual é coordenadora. Segundo ela, não é uma ação que concorre com a escola, como muitos pensam. O projeto funciona produzindo material extra de trabalho e aproximando o conteúdo de questões sociais e culturais.
Conhecimento é cultura
Hierarquização de conhecimentos foi um ponto debatido fortemente durante toda a live. Nessa linha, Celeia falou sobre a questão da suposta inferiorização das Artes entre as disciplinas da educação básica.
Ela afirmou que as Artes são o lugar do poético, do lúdico, da risada, da alegria e da criação, concepção que não nega a densidade do conhecimento desse campo.
Celeia frisou também que vivemos um momento de questionamento do artista e sua produção até mesmo fora da escola, embora, contraditoriamente, a procura por produção artística nesse período de isolamento tenha aumentado imensamente.
“Conhecimento é cultura, conhecimento científico ou produzido academicamente é cultura, e as pessoas têm direito a integrar isso em suas vidas”, reafirmou Ana, ao refletir sobre a hierarquia imposta entre os conhecimentos no currículo escolar.
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Imagem: Toninho Tavares/Agência Brasília
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