Comunidades de aprendizagem: Complexo cria espaço de troca de saberes e experiências nas escolas
Por Coryntho Baldez
Foto de abertura: Coordenada pelo professor Joaquim Silva, membro do CFP, a oficina Química em Tudo foi realizada na escola municipal Zumbi dos Palmares, em Acari. Crédito: Edson Diniz
Um dos objetivos do Complexo de Formação de Professores (CFP) em 2025 é criar comunidades de aprendizagem nas escolas, de acordo com Edson Diniz, coordenador adjunto de Relações Interinstitucionais do CFP.
No âmbito do projeto Casa Comum, algumas ações formativas já foram levadas às escolas e a ideia, agora, é fazer um trabalho mais integrado entre as 12 unidades que fazem parte do convênio do Complexo com a Secretaria Municipal de Educação (SME) do Rio de Janeiro.
“Queremos criar uma grande comunidade de aprendizado entre elas. Seria um espaço de troca de saberes, experiências e conhecimento”, sublinhou.
Nesta entrevista, Diniz também ressaltou iniciativas do CFP já em curso – como o projeto Ligando Aprendizados e a oficina Química em Tudo – e apontou a possibilidade de novas parcerias com a Prefeitura.
Uma delas é a formalização de um convênio com a Gerência de Relações Étnico-Raciais (Gerer) da Prefeitura. “Essa Gerência tem um trabalho muito interessante na rede municipal sobre a questão étnico-racial nas escolas. Queremos juntar forças para potencializar esse trabalho”, afirmou.

Escola Zumbi dos Palmares já inclui palestras e ações pedagógicas/formativas do Complexo em seu planejamento. Crédito: Edson Diniz
– Que ações já realizadas pelo Complexo, no âmbito das relações interinstitucionais, você destacaria?
Edson Diniz – No ano passado, por exemplo, conseguimos fazer ações formativas em todas as 12 escolas do projeto Casa Comum. E tivemos algumas inciativas que foram muito marcantes, como o projeto de extensão Ligando Aprendizados, que apoia os professores em sala de aula, dedicando atenção especial às crianças que tiveram um pouco mais de dificuldade em seu aprendizado. Essa era uma demanda que as escolas tinham apresentado para o Complexo e conseguimos implementar na maioria delas. Tivemos também oficinas, como a Química em Tudo, coordenada pelo professor Joaquim da Silva, da coordenação do CFP. Essa iniciativa foi importante porque ajudou os professores de algumas escolas a trabalhar os conteúdos de suas disciplinas em sala de aula.
– Fale um pouco sobre como funciona o projeto Casa Comum?
Edson Diniz – A ideia do Casa Comum é trabalharmos com as 12 escolas do convênio, preferencialmente, e fazer uma integração entre elas. Os projetos que estamos apresentando às escolas vêm das próprias escolas, das demandas que elas encaminham para o Complexo. E aí procuramos, dentro da UFRJ, fazer a articulação com os nossos professores, com as nossas oficinas, e levar as ações formativas para as escolas. Então, esse projeto é importante porque ele resgata a aproximação entre universidade e escola e vice-versa. No ano passado, trabalhamos muito nessa perspectiva.
– Além da coordenação de Relações Interinstitucionais, o Complexo possui mais duas coordenações, de Ações de Formação e Pesquisa e de Relações Internas. Como está a integração e o trabalho conjunto entre essas instâncias do Complexo?
Edson Diniz – No ano passado já tivemos algumas reuniões entre as três coordenações e a ideia é que, este ano, a gente consiga trabalhar um pouco mais integrado. Nós percebemos que essas coordenações, apesar de terem funções e papéis diferentes, são complementares e, por isso, para o projeto Casa Comum, é importante que a gente trabalhe junto. Nesse sentido, já estamos planejando algumas ações em conjunto para este ano.
– Há uma ideia de se criar comunidades de aprendizagem nas escolas. Como elas podem ser implementadas e quais serão os benefícios pedagógicos dessa iniciativa?
Edson Diniz – Já começamos a levar algumas ações para as escolas e a ideia é que a gente comece a fazer um trabalho mais integrado entre essas 12 escolas, criando uma grande comunidade entre elas. Seria um espaço de troca de saberes, experiências e conhecimento. Então, a ideia é trabalharmos este ano nesse sentido de integrar as escolas do projeto em uma casa comum, em que essa comunidade de aprendizagem possa se ajudar, uma vez que as escolas são muito diferentes entre si. Elas podem, assim, compartilhar ou encontrar soluções pedagógicas e didáticas muito interessantes. E o Complexo pode ajudar as escolas a fazer esse compartilhamento. Portanto, a ideia do projeto Casa Comum como uma comunidade de aprendizado é uma prioridade para 2025.
– E como anda a parceria do Complexo com a Escola de Formação Paulo Freire?
Edson Diniz – A Escola de Formação Paulo Freire é uma iniciativa muito interessante da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro. É um lugar de formação de professores e que tem tudo a ver com o nosso trabalho aqui na UFRJ. Nós já temos uma parceria com a Escola Paulo Freire e, este ano, a ideia é que a gente se aproxime mais ainda para compartilhar esse processo de formação. Queremos fortalecer o que eles já estão fazendo e também levar alguns projetos nossos para compartilhar com a Escola Paulo Freire e com a SME-RJ.
– O Complexo também pretende formalizar uma parceira com a Gerência de Relações Étnico-Raciais (Gerer) da Prefeitura do Rio de Janeiro. Qual a importância dessa inciativa?
Edson Diniz – Essa Gerência tem um trabalho muito interessante na rede municipal sobre a questão étnico-racial nas escolas. E quando fomos levantar as demandas das escolas, essa foi uma questão que apareceu. A própria Gerer já faz um trabalho muito bom e tem um material que aborda esses temas nas escolas. Também temos aqui na UFRJ grupos que trabalham com a questão étnico-racial, como a Superintendência Geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Acessibilidade [Sgaada] e o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas [Neabi]. A ideia é juntar forças para potencializar esse trabalho, que é fundamental para as escolas e a democracia brasileira.
– Por fim, fale um pouco sobre o projeto Casa Comum em 2025. O convênio já foi renovado com a Prefeitura?
Edson Diniz – Já iniciamos esse trabalho enviando, no final do ano passado, a documentação à SME. E a ideia é começarmos a fazer reuniões para acertar melhor esse processo e planejar as ações para 2025. Interessa muito ao Complexo renovar este convênio, para a gente continuar este trabalho em parceria com as escolas e com a Secretaria Municipal de Educação.